Quantas vezes olhamos para os nossos filhos e pensamos: “Mas que birras são estas? As outras crianças não são assim! Ele anda impossível! Só birras em todo o lado e a toda a hora. Nunca pensei passar por estas vergonhas.”
Certamente, já todos ouvimos falar dos “terrible two”, mas este período não é tão estanque quanto o nome pode fazer parecer. Por vezes, é bem mais longo do que os 365 dias em que a criança tem 2 anos. A gestão destes tempos em que as crianças manifestam bastante impaciência podem ser difíceis de lidar e exigentes para os pais.
Neste sentido, propomos algumas sugestões que poderão ajudar nestes momentos:
- Tente perceber o que despoletou a birra e o que a criança está a sentir. Ela pode não conseguir explicar o que está a sentir ou o que aconteceu. Em todo o caso podemos ajudá-la a dar um nome ao que está a sentir (reflexão de sentimentos).
- Converse com a criança sobre o que aconteceu: lembre-se que, se quiser agir a consequência deve ser contingente ao ato, proporcional, consistente entre pais e nunca deve mexer com a alimentação ou o sono;
- Identifique as horas em que estes comportamentos acontecem de forma mais frequente e escolha um para intervir;
- Antecipe as “horas quentes” – se a criança faz birra na hora do banho, das refeições ou de ir para a cama, antecipe com ela o momento da rotina que se segue e o comportamento que espera dela;
- Poderá fazer uma tabela para a valorizar pelo comportamento adequado, com um autocolante, um smile, sempre que o seu comportamento for o esperado. Encontre oportunidades, mesmo que pequeninas, de elogiar e reforçar os “bons comportamentos”.
Por fim, propomos uma dica suplementar tendo por base a Terapia Narrativa, mais concretamente, a externalização. Esta terapia propõe a imaginação do problema, separado da pessoa. Assim, coloca-se o problema fora da criança, através da personificação e da linguagem lúdica.
As crianças aderem bem a esta estratégia, uma vez que a personificação é algo muito presente nas suas vidas, quer pelas histórias, quer pelos jogos. Através da identificação com as personagens da história, as crianças tendem a ver “o seu problema” numa perspetiva exterior, querendo, posteriormente, adotar a mesma estratégia de resolução.
Leia com o seu filho a história que aqui deixamos.
Depois da história, construa também o “monstro”. Pode dar-lhe o nome que a criança quiser e fechá-lo numa caixa, saco, fundo de armário, etc.
O Monstro Birras